terça-feira, 27 de outubro de 2015

8 coisinhas que percebi em Paris



1) A Torre Eiffel me contou uma história

Na minha humilde opinião, vir para Europa e não conhecer Paris é algo meio incompleto, daí não poderia deixar de ver a cidade das luzes. Embora confesso que foi meio frustante sair do Charlies de Gaulle de ônibus, depois da meia noite, debaixo de chuva e não ver tantas luzes assim.  Dentro de mim eu disse: - Está mais para São Paulo do que Paris.  As nuvens negras de Paris só se dissiparam no dia em que caminhei  da Champs Elysées até o Arco do Triunfo e em seguida fui  à pé até a Torre Eiffel. Coloquei Edith Piaf  no meu velho smartphone LG enquanto caminhava e, quando avistei a Torre quase chorei. Foi algo forte mesmo. Senti-me em Paris, na tão falada e tão sonhada. Não subi a torre. Até poderia, mas tinha uma fila tão imensa, por isso  optei ver Paris alto de MontMatre. Apenas rodei-a, em meio aos camelôs africanos,  gente de várias nacionalidades procurando um ângulo para fazer sua selfie, gente no gramado descansando e contemplando a torre. Olhando para o alto da torre eu avistei os nomes: Lavoisier, Ampere e outros  grandes nomes franceses. O francês honrando e valorizando a sua história. Durante o período que fiquei na Europa esse aprendizado foi bem intenso – Europa tem história,  Europa conhece a sua história, Europa conta a sua história através dos seus monumentos.


2) Tem poucos funcionários nos lugares

Foi meio tenso chegar quase três horas da manhã, debaixo de chuva, com aqueles montes de malas e tocar a companhia do hostel.  Pela vidraça, meio embasada, deu para ver alguém de luvas de limpeza, balde em punho e cadeiras empilhadas para faxina. Essa pessoa veio abrir a porta e logo imaginei que fosse o faxineiro.  Ele abriu a porta e perguntou-nos se queríamos ser atendidos em inglês ou francês. Meu filho tomou a frente do diálogo, sabendo das minhas limitações com relação as duas línguas e optou pelo francês.  O atendente sorriu, tirou as luvas de limpeza, tomou o seu lugar na recepção e fez a nossa ficha. Deu-nos as instruções preliminares, cobrou as nossas diárias e orientou-nos onde era no quarto e depois de nos atender, voltou ao seu posto de faxina. Esse foi o meu primeiro choque aqui na Europa. Nos lugares onde passei, pude perceber que os  poucos funcionários que existem estão aptos a fazer tudo, desde faxina, até ser bilíngue. Uau. Só lembrando que fiquei em um hostel e não um hotel 5 estrelas, onde a realidade deve ser diferente.

3)  14 Juliet – eu tinha que estar em Paris - Bastille Day

Não tem preço ser chamada pelo filho de gênia por estar em Paris bem no 14 juliet. Se um dia fizer mochilão para Europa em julho, esteja em Paris nessa data. Nesse dia fomos até o Louvre e não pagamos nada. Está certo que a fila estava imensa e tinha um monte de asiáticos furando fila, mas tudo bem. O Louvre é fenomenal. E optei em não tirar fotos, fiquei me deliciando de ver tanta obra de arte junta. Fiquei extasiada com o teto, com os quadros, com a arquitetura. Teve uma hora que meu filho falou: - Mãe!!! Você demora demais. Assim a gente vai ficar aqui o dia inteiro e temos muito o que fazer. Eu respondi: - Calma filho, eu estou apenas degustando dessas maravilhas. E ele respondeu: - Degustando??? Nesse seu ritmo isso é uma refeição completa.  Morri de rir. E quando penso no Louvre, lembro desse momento. Enfim.... depois do Louvre, voltamos pro hostel para um breve descanso, pois logo mais iríamos a noite para a queima de fogos na torre Eiffel. Pegamos o metrô e fomos sozinhas, ou melhor, sem o meu filho, pois ele queria se encontrar com os amigos. Foi uma experiência maravilhosa. Era muita gente, talvez umas 500 mil pessoas ou mais  em volta da torre, num show e em seguida muitas luzes na torre e fogos. Foi algo indescritível. Não fiquei até o final, com medo daquela multidão. Só um detalhe curioso.  Saímos alguns minutos depois da meia noite e fomos pegar o metrô e quando fui colocar o meu bilhete o guarda fez sinal que não precisava. Na verdade, para evitar tumultos, nesses eventos eles deixam tudo livre para ter uma maior circulação. E assim voltamos para casa sem precisar pagar o metrô e felizes da vida, porque vimos um super evento e nem nos perdemos em Paris.

 4)  Não pense que o inglês vai te salvar em Paris

Mais uma vez, o Felipe nos deixou para sair com os amigos e a gente ficou em Paris sozinhas. Na verdade, eu até gostei, pois estava doidinha para comer um churrasquinho grego, já que ele abominaria totalmente esse cardápio. Enfim, descobrimos um lanchonete na Bastille  e perguntamos se eles vendiam arroz. Estávamos carentes de arroz e carne. O atendente sorriu e disse: - Brasileiras? Respondemos: - Yes!  Ele disse: - Bom dia!!!  Novamente perguntamos em inglês sobre o arroz e ele respondeu:  BOM DIA.  Tudo o que perguntávamos ou falávamos ele sorria e respondia: BOM DIA. Depois de muita mímica e muita risada conseguimos o nosso prato de arroz com churrasquinho grego.  Depois fomos lavar roupas na lavanderia. As máquinas só tinham instruções de uso em francês. Não tinha nenhum funcionário. Apareceu um homem que estava lavando as suas roupas, tentei um diálogo em inglês, mas nada... Novamente mímicas, pulos, risadas. Depois de muito custo, consegui lavar e secar minhas roupas, sem uso do inglês, só mimiques.

 5)  Pernatur

Sempre nos fóruns eu vejo o pessoal comprando passe diário ou vejo as pessoas naqueles ônibus de turismo. Eu nunca tive vontade de comprar isso não. Normalmente eu compro  uma passagem  de metrô para um determinado ponto e de resto vai a base das pernas. Eu curto demais esse lance de ir descobrindo as coisas, sem muito protocolo. Se tem um lugar que eu curti demais em Paris foi subir as escadas do Sacre Couer e ter uma visão panorâmica de Paris. Atrás da Sacre Couer estava Montmartre e andar por ali, me fez respirar a Paris das Artes. Comer pizza em algum lugar por ali junto com o melhor suco de abricot que tomei na vida e em seguida descer até  parar no Moulin Rouge. E assim eram e sempre os nossos passeios e explorações:  Um mapa da cidade em punho e pernas e mais pernas.

6)  Golpes
E a recomendação do filho era: cuide dos braços e não deixe ninguém por pulseirinhas em você. Não olhe nos olhos. Não estique os braços. E cuidado com as mulheres das pranchetas também – fuja delas. E realmente eu me deparei com essas pessoas tentando ganhar uns trocos. É tão mais fácil assim, né? É claro que não dei bandeira, porque ouvi falar que batedores de carteira também tem bastante.  Mas graças a Deus não tivemos nenhum imprevisto sequer,basta ficar atenta.

7) O metrô do velho mundo

Eu literalmente gosto de andar de metrô. Tem cada figura...  e no metrô de Paris não é diferente. O metrô Paris é bem antigo, mas tem muito charme com suas artes nos cartazes e os músicos artistas. Um dia, em uma das minhas viagens, eu vi algo que me encheu os olhos. Vi uma francesa com seu filho pequeno no colo. Eram dois lindinhos. Ela lia para ele. Ele não era uma criança impaciente e imperativa como tenho visto aqui no Brasil aos quilos, mas era comedido e calmo. Ele parecia viajar nas palavras.  Sua expressão curiosa e de envolvimento com a narrativa era tamanha que não esqueci até hoje.  Senti uma ponta de inveja. Queria que nossas crianças fossem assim, calmas, comedidas e que valorizassem a cultura.


8) Coisas que quase ninguém bate foto:

Degraus da parte subterrânea do Arco do triunfo, os quais estão desnivelados e tanta gente descer




Lá no Louvre, todo mundo quer uma foto com a   Mona Lisa. Caro Leo, me desculpe, mas eu curti muito mais o apartamento de Napoleão. Eu não vi quase ninguém para aqueles lados.





2 comentários:

  1. Oi linoloca desde se 2015 acompanho vc de longe, esperando o dia se ir para Paris, estw dia chegou! Estou com dificuldade se achar acomodação barata em Paris em Julho, vou ficar 5 dias, tem algum endereço que eu possa hospedar aem gastar muito? Julho alta temporada tudo muito caro.

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  2. Que legal Marilza. Obrigada! Que saudades de Paris. Confesso que quando fiz a minha planilha Paris foi o lugar mais difícil, pois os preços lá são até mais caros. Nem Londres que usa libra é tão caro. rs. Daí nem fiz pelo booking... acabei usando o hostelbookers e fiquei no hostel jeunes. Ele não é muito bom, mas é o que tinha para hoje rsrsrs... Foi o mais baratinho e ele ficava perto do metrô. Faça uma cotaçao lá no hostelbookers, pode ser que consiga um preço melhor lá. beijaooo

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