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Sobre transportes:
Achei o trem bem mais luxuoso que o metrô e o
detalhe curioso é que eles cobravam por estação. Já o metrô, dependendo do
local que a gente ía, peguei uns bem bizarros com bancos e porta de madeira.
Parecia um trem fantasma de velho oeste. Penso que hoje não circula mais.
Avião? Tá louco? 3 passagens em julho, na alta? nem
sonhando, né?
Não me pergunte porque, mas eu comprei as passagens de ônibus pela Pluma para Buenos Aires, só de
ida. Realmente não entendi porque não
comprei a volta. Não sei tinha aquela
cultura de comprar ida a volta, talvez. Ou foi inexperiência minha. O grande
erro foi comprar por essa companhia. Devia ter comprado pela Crucero, mas na
época nem Orkut eu usava. Foi algo muito
às cegas.
Foram 33 horas dentro de um ônibus. A parte boa é que a
rodoviária era na região central de Buenos Aires, daí foi bem tranquilo tomar um táxi até o hostel que
ía ficar hospedada. A parte insana é que quando fui comprar a passagem de
volta, não tinha para o dia que queria voltar. Tive que estender minha viagem
por mais 3 dias. Sorte que tinha vaga no hostel vagas para os 3 dias
excedentes. Minha agonia foi saber se o dinheiro esticaria também para esses
três dias.
Táxi honesto:
Depois de conhecer os pontos turísticos, como Caminito,
Recoleta, etc. decidimos ir ao Walt Mart. Anotei o endereço em um papel pegamos
um metrô e fomos para o suposto endereço. Não lembro ao certo se era Quilmes ou
Guilmes, mas lembro que estava na rua suposta, só que estava muito distante do
número desejado. Também não lembro o nro, mas era tipo... estava no nro 100
e queria ir para o nro. era 6000.
Pensei... vamos pegar um táxi para economizar as pernas. E assim, pedi ao
motorista que nos levasse até o WaltMart no endereço do papel. E assim ele
começou a rodar, rodar, rodar e o meu estômago embrulhar, embrulhar,
embrulhar. Pensei: - não terei dinheiro
para pagar a corrida. Ele rodou pela cidade por mais de 1 hora contando com o
trânsito inesperado. Quando avistei o Waltmart senti um alívio. E quando
perguntei quando foi a corrida ele disse que era míseros 17 pesos (equivalia 17
reais). Suspirei aliviada... uhhh... Menos mal. Na verdade, tinha lido o
endereço errado. A rua que pensei que tivesse o
Waltmart era com Q e a outra era com G, ou vice versa. Eu só sei que fiz
uma pequena confusão com as letras... mas no fim deu tudo certo.
ônibus
Platas, solo platas. Era o que ouvíamos dos motoristas de
ônibus naqueles dias, pois não tinha cobradores. Tínhamos que depositar nossas
moedinhas no local indicado para gerar
um bilhete e só podia ser com moedas e
não serviam notas. Não curti muito andar de ônibus em Buenos Aires.
Trem
Hostel
Booking/Trivago? Que nada... na época usava o site voudemochila. Era o máximo na época. Minha reserva fiz lá. Mas não sabia muitas coisas sobre o hostel:
Sobre o banheiro:
Tudo bem em usar um banheiro comunitário, mas o local de tomar banho eram três duchas sem
divisórias. Embora fosse um banheiro feminino, não queria mostrar minhas partes
íntimas para outras mulheres. Minha sorte que o povo não era muito chegado em
banho. E nunca vi ninguém usar aquele chuveiro. Ufa
Lembro que nesse hostel tinha uma grande parede,
onde você podia deixar a sua marca. Daí foi
uma alegria a gente poder desenhar naquelas paredes na parede.
Booking/Trivago? Que nada... na época usava o site voudemochila. Era o máximo na época. Minha reserva fiz lá. Mas não sabia muitas coisas sobre o hostel:
Rolava um baseado no quarto vizinho. Eu passava pelo quarto com os meninos e tapava os olhos
dos dois e dizia: - Nem pense em usar um desses! Mas a gente acabava aspirando
o cheiro da erva rs... quando passava por ali.
O ar quente não funcionava direito. Quase congelava à noite
e era uma briga para conseguir Frazatas. Ah... e tinha um time de futebol que
estava hospedado lá e fazia uma algazarra no meio da noite.
Wi-fi do hostel? Já existia wi-fi? Sim... mas não era nada
popular e não tinha no hostel. O máximo era um computador compartilhado com um
monte de gente querendo usar. Não lembro de ter conseguido chegar perto dele.
Comidinhas
Eu realmente não lembro quanto de dinheiro levei na época.
Mas deve ter sido muito pouco dinheiro. Só sei que era uma economia muito
brava. Comiámos panchos a noite para economizar, pois era o que tinha de mais
barato. Ehehe
E para variar, a gente ficava vendo preço de todos
restaurantes e quando víamos um preço mais em conta a gente entrava. Mas na
hora de pagar, a conta dava bem mais. Eles argumentavam que eram os
cubiertos. Daí, fiquei esperta num outro
dia, em outro restaurante perguntei sobre os cubiertos – eles disseram que não
cobravam... mas era estranho, pois eram massas e eles cobravam o molho a parte.
Vai se entender? Na maioria das vezes
comemos em barraquinhas de pancho, ou
pizzaria, ou mac donalds, onde o preço era o mesmo e sem sustos.
Buscas
Google maps? Nem em sonho... lembro que do Brasil imprimi
mapas das ruas principais de Buenos aires e saía com aquele mapão todo colado
de durex pelas ruas portenhas tentando localizar tudo.
Google? Que nada... usávamos lista telefônica para descobrir
um determinado local para onde queria ir. Liguei para lá do orelhão para obter
mais informações e a moça soletrou o endereço para mim. Eu só não contava que
tinha a letra Y. Foi um parto descobrir que i griega era o nosso ípissilon.
Celular? Piada né? Eu tinha um, mas servia só para ligar e
para o Brasil. Nem levei. Ahahah... Para
me comunicar com o pessoal do Brasil era via orelhão. Daí tinha que se anotar
uns códigos que não conseguia lembrar de cor, e o pequeno Felipe foi pedir
emprestada uma caneta:
- señor, perdón, podes me emprestar bolígrafo?
Fotos
Não... eu não tinha uma câmera digital. Era câmera analógica
com um rolo de filmes Kodak 36 poses com
filmes, os quais eu mandei revelar depois.
E assim foi meu primeiro mochilão com a cara e com a
coragem.